Origem da Abordagem Reggio Emilia
Após a Segunda Guerra Mundial, as famílias do Município de Reggio Emilia enfrentaram o desafio de reconstruir sua cidade e sua sociedade. Loris Malaguzzi, um educador e psicólogo, tornou-se o líder de um movimento cooperativo de pais que tinha ideias progressistas sobre educação na primeira infância. Eles valorizavam a construção do conhecimento pela criança, através da relação com o ambiente escolar, com os colegas, com o professor e com os pais, ao invés de uma transmissão unidirecional da informação. O elemento central dessa filosofia era a colaboração e a comunicação.
A abordagem Reggio Emilia pode ser considerada como construtivista sociointeracionista. Seu diferencial é pensar nas crianças como indivíduos cheios de potencial e possibilidades para o futuro. A ideia de que cada criança tem “cem linguagens” é um dos seus pontos principais. Nela, o aluno (de 0 a 5 anos) tem o papel de protagonista e aprende pela experiência e pela interação, por meio de atividades como jogos ou oficinas que estimulam a criatividade, a exploração e a investigação, sempre em grupo. Todas as individualidades dos alunos são respeitadas neste processo de aprendizagem, assim como suas diferenças culturais.
Atividades
As nossas atividades são baseadas em projetos que tem como ponto de partida o interesse dos alunos, podendo assim, durar uma semana, um mês, um bimestre e até um ano. Desta forma, não há um caminho pré-definido por parte do professor, cada experiência de aprendizagem é única.
Todos os nossos projetos são estruturados através do CANVAS, uma ferramenta bastante útil para a elaboração e execução dos mesmos, principalmente pela sua flexibilidade.
Apesar de trabalharmos inspirados na abordagem pedagógica de Reggio Emilia, nossa metodologia é adaptada à nossa cultura e à nossa comunidade escolar.
Salas de Aula
As salas de aula são divididas no que chamamos de “Centros de Exploração”, de acordo com os Eixos de Aprendizagem que compõe o Currículo da Baby Village, tais como Natureza e Transformação, Linguagem e Grafismo, Identidade, Construtividade, etc. Podendo ter dois ou mais Centros de Exploração no mesmo ambiente. Todas as propostas de trabalho são elaboradas pensando nos objetivos de aprendizagem e desenvolvimento da Base Nacional Comum Curricular.
Rotina
A nossa rotina é composta por momentos de atividades com todos da sala, atividades em grupos menores, atividades dirigidas ou livre brincar. Adaptamos nossa rotina diária, de acordo com a necessidade de cada turma.
No início do dia, uma assembleia (roda de conversa) é realizada para que os alunos tomem conhecimento do que será feito durante o período. Neste momento, a professora explica como podem ser realizadas as atividades, quais materiais serão utilizados e até mesmo apresenta o objeto de investigação ou retoma algo importante do dia/semana anterior. A chamada também faz parte desse acontecimento, onde os pequenos são estimulados a reconhecerem o próprio nome, o nome do colega e até mesmo o da professora.
Após essa conversa, os alunos são separados em pequenos grupos para realizarem as atividades nos “Centros de Exploração” que são montados previamente, onde focam mais no trabalho e a professora pode observar melhor seu desempenho diante da situação proposta. A professora está sempre atenta e atua como mediadora das situações que acontecerão em sala de aula. Usamos um Mapa de Possibilidades, que ajuda organizar os grupos de alunos e fazer com que eles passem por todos os contextos (“Centros de Exploração”) montados em sala de aula durante a semana. Os alunos que não tiverem um aproveitamento satisfatório daquele contexto, voltam a trabalhar nele em um outro momento na mesma semana. É importante ressaltar, que todos os alunos se mantém em atividade, não existindo a possibilidade de “não fazer nada” o dia todo! Eles são sempre estimulados a realizarem algo!
Os “Centros de Exploração” permanecem montados durante a semana. A ideia é que as crianças possam revisitar suas criações e mesmo dar continuidade às suas pesquisas, sendo este um fio condutor da aprendizagem.
Avaliação
A avaliação é feita diariamente através de registros de observação, fotos e vídeos das crianças em atividade, inclusive em ações do cotidiano. Alguns registros são postados no Instagram da turma, para que os pais/responsáveis tomem conhecimento da nossa rotina escolar, sem o objetivo de mostrar cada aluno em atividade, mas sim a atividade em si.
O professor
O professor da Baby Vilage não se limita a “ensinar”, mas organiza espaços para garantir experiências significativas que precisam ser valorizadas. Nosso Professor Pesquisador facilita e faz parceria com a criança como co-construtor do conhecimento. Como parte de sua práxis, nossos professores observam como as crianças brincam e interagem para descobrir interesses comuns e possíveis teorias para promover sua investigação. O professor está lá para ajudar as crianças a construir significado através de experimentos e experiências reais em suas rotinas diárias. É por isso que nossos professores praticam a “Pedagogia da Escuta”, usando a documentação como a forma de tornar a aprendizagem das crianças visível.